Criador da Psicologia Simbólica Junguiana, que propõe uma complementaridade harmônica da psicanálise de Freud com a psicologia analítica de Carl G. Jung, o psiquiatra e psicanalista Carlos Byington acredita que encontraremos o real sentido da vida quando integrarmos nossas vivências simbólicas até nos aproximarmos da “totalidade”, “que é a vivência da paz”. Para atingir tal evolução da alma durante a vida, conhecida como individuação, Byington elenca as sete etapas arquetípicas que a pessoa deve vivenciar do nascimento à idade avançada, sempre apoiada pelo set terapêutico para consolidar a ponte entre o consciente e o inconsciente.
Conversar sobre o real sentido da vida com o psiquiatra e analista junguiano Carlos Amadeu Botelho Byington, dentro de seu fascinante consultório na Zona Sul de São Paulo, é, sem exageros, uma verdadeira passagem simbólica de nosso mundo consciente egóico para a terra selvagem e inóspita do Inconsciente. Não é à toa que me deparo, logo na sala de espera, com uma gravura que retrata o barqueiro Caronte, personagem da mitologia grega que atravessava as almas entre o mundo dos vivos, governado por Zeus, e o mundo dos mortos, governado por Hades.
A pintura é um poderoso simbolismo do processo de mudança terapêutica, da travessia do passado que não serve mais ao ser humano, com a “morte” de nossa persona, para o renascer da autêntica identidade, do chamado da alma. “A terapia já começa aqui, na recepção, com esse símbolo de travessia”, explica Byington, da forma didática característica que faz como em uma de suas aulas. A Psicologia Simbólica Junguiana, criada pelo psiquiatra para ser, segundo sua definição, uma continuação do desenvolvimento da Psicanálise e da Psicologia Analítica, baseada nas obras de Freud, Winnicott, Klein, Jung, Heidegger, dentre outros.
“Lá dentro, o original dessa pintura está colocado estrategicamente sobre o divã para auxiliar a pessoa na vivência de meditação”, acrescenta. No interior do consultório, estátuas, esculturas e bonecos completam a jornada simbólica e, no destaque, outra pintura de um ser surreal qe ergue a mão com seis dedos, presente de um amigo, o pintor carioca Roberto Magalhães. “Temos ali a função transcendente, o sexto dedo. Representa a intuição que é a que vai trazer a transcendência das coisas. Nada é só o que aparenta ser; tudo é símbolo, é transcendente”, elabora Byington, que é considerado uma lenda viva da Psicologia Analítica, não só por sua inovadora teoria, mas por sua respeitada formação no Instituto Jung, em Zurique, em 1965. Retornou ao Brasil e fundou, com outros colegas, a Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica (SBPA) e a Sociedade Moitará, para o estudo de símbolos da cultura brasileira
Neste bate-papo exclusivo, o psiquiatra mostra os caminhos para a busca verdadeira do sentido. É a primeira das entrevistas de uma série especial de nosso blog com reflexões de grandes pensadores sobre o tema.
Após tantos anos de estudos e divulgação de sua Psicologia Simbólica Junguiana, como o senhor define o real sentido da vida?
O sentido se revela durante a vida porque a pessoa, na infância e juventude, não tem ideia do que é o processo existencial. Mas aos poucos vai adquirindo isso em função da vivência. Gosto muito da obra de Heidegger (o filósofo alemão Martin Heidegger) que coloca a vivência como a manifestação do ser, que é virtual no real. E, com essas vivências, o ser humano vai adquirindo consciência do seu processo de desenvolvimento. Carl Jung descreveu este processo como algo assimilado na segunda metade da vida (crise de metanoia), enquanto Sigmund Freud o coloca na primeira metade. Reuni, então, as teorias desses dois autores, muito importantes na minha vida, dentro da perspectiva simbólica, de união das polaridades. Acrescento que a primeira e a segunda metades da vida estão dentro do conceito de símbolo que acompanha todas as vivências.
Por todas as vivências serem simbólicas, elas expressam o “self” como um todo, mas são também arquetípicas porque, profundamente, são comuns a toda espécie. Jung falava muito no arquétipo ser equivalente ao instinto, da biologia na psicologia. Diria que o arquétipo é tudo o que toda humanidade faz, tudo que é comum em nossa espécie. Por conseguinte, todos os símbolos por nós vivenciados são arquetípicos.
E como chegou, por experiência própria, a essas respostas para o sentido da vida?
A resposta à sua pergunta é: foi por meio da minha busca, que gerou a minha obra. Portanto respondo à questão com esta obra, que é a criação, durante a minha vida, do processo de formação da consciência e que expressou para mim o conhecimento e a finalidade da vida. Na Gênese, está escrito: “Do pó vieste e ao pó voltarás”. E eu acrescento: “Voltarás com a consciência do processo de transformação”. E esta consciência engloba também o conhecimento de si próprio e do universo. Estamos falando em autoconhecimento, não é? E no conhecimento do universo, essa nossa vivência é um símbolo, que vai ser o centro da atividade psíquica. O símbolo é a função. Tudo o que nós fazemos é símbolo e tudo é função.
Só que aqui entra a vivência de Heidegger, não é? E ela traz a elaboração dos símbolos com a vivência e as funções. A criança, por exemplo, que tenha hoje um ano e pouco de idade, já começa a bipedestação. A bipedestação é um símbolo então. E tem uma função, que é o caminhar, e o símbolo, que é “ficar de pé”. Mas ela sofre um processo de elaboração simbólica cujos conteúdos vão formando o Ego na consciência, segundo Freud.
Uma formação do ego a partir da influência direta dos pais, não é isso?
Acrescento sempre também o “outro” porque, quando descubro o que eu sou, constato também o que eu não sou. Se descubro que sou menino, homem, descubro, ao mesmo tempo, que eu não sou mulher. Mas este “outro”, que eu também desvendo, vai me acompanhar no centro da consciência. Freud e Jung deixaram isso fora e descreveram o ego dentro do narcisismo. Eu digo: Não, isso não é possível, porque o ego se forma e, junto com o “outro”, sempre dentro da consciência. E continuamente precisam ser relacionados juntos para compreender a vida. Depois, o ego será a natureza, o conhecimento e o próprio corpo – tudo que será “outro” durante a vida.
Então, este processo de elaboração simbólica é o centro da atividade psíquica e que vai continuar sendo durante a vida.
E o processo atinge o auge na chamada Metanoia de Carl Jung, a crise da meia idade, quando a pessoa consegue ressignificar sua vida?
No meu livro “A Viagem do Ser em Busca da Eternidade e do Infinito”, constam “As Sete Etapas da Vida” e a Metanoia de Jung, que é a quarta etapa, eu a transformo em cinco metanoias, em função do desenvolvimento dos arquétipos desde o início da vida.
Então é muito mais complexo do que imaginamos?
Sim, muito mais. É fruto do que estudei na minha vida toda, em meus 60 anos de experiência no consultório e também escrevendo. Está baseado em Heidegger, junto com todos os autores que estudei como, por exemplo, o Moreno (Jacob Levy Moreno psicólogo, filósofo, criador do psicodrama). Isso porque o psicodrama, para mim, é muito importante nas técnicas expressivas no consultório.
E são técnicas expressivas para que objetivo?
Para se ter a vivência simbólica porque elas permitem que trabalhemos com os três cérebros da teoria de Paul Mac Lean (Teoria do Cérebro Trino): o do neocórtex (racional), do cérebro límbico (emocional) e do reptiliano (basal ou “R-complex”). E este corpo físico, que faz parte da psique, é inseparável da consciência, não é verdade?
Assim, existe esse processo de formação da consciência, mas que é formado por quatro arquétipos regentes (conjuntos de imagens e símbolos primitivos inseridos no inconsciente coletivo desde os primórdios do ser humano): matriarcal, patriarcal, de alteridade e de totalidade, que se sobressaem entre os outros arquétipos e que operam ao redor do arquétipo central – este último que Jung chamou de “self”.
Mas prefiro chamar de arquétipo central mesmo para diferenciar deste self – a totalidade que tudo engloba – daquilo que chamamos de DNA da psique, que é virtual e que coordena a impulsão desses quatro arquétipos regentes. Eles são, o que podemos chamar, de “maestros da orquestra”. Mas o arquétipo central é o maestro principal enquanto os quatro regentes são maestros acessórios que “assumem a batuta” do central e que vão, durante a vida, determinando a coordenação da elaboração simbólica.
E este arquétipo regente matriarcal é o início de nossa vivência simbólica?
O matriarcal é trazido para o homem também e não só para a mulher, como destacam autores, como Jung, apesar de toda a psicologia tradicional tratá-lo apenas como a díada criança-mãe na relação primária – como também é descrita a díada criança-seio de Melanie Klein. O matriarcal não é só feminino, mas sim sempre bipolar, de masculino e de feminino, relacionado à sensualidade. Então demonstro que os homens, muitas vezes, têm esse arquétipo mais intenso que as mulheres, até mesmo para cuidar de crianças. No balé, por exemplo, o arquétipo matriarcal é muito privilegiado e muitos homens são mais dotados para essa arte.
Isso é importantíssimo porque está aí a origem da formação do nosso Ego, descoberto por Freud, mas que Jung trouxe na explicação do Arquétipo. Reuni, então, os dois conhecimentos, além de Heidegger, que contribuiu com seu conceito de “ser”, formando uma trindade da estruturação do ego. E o quatérnio primário, nas três etapas da vida que citei, é fundamental para a concepção do que é o bem…
Essas vivências, do matriarcal e do patriarcal, caminham então juntas durante a vida? O sr. já chegou a dizer que é um conceito muito diferente de outras teorias da psiquiatria e até da aprendizagem cognitiva infantil de Jean Piaget (considerado o pai da pedagogia moderna) …
Reuni um estudo com Piaget, mas a sua experiência do aprendizado sensorial, com inserção de inteligência conceitual de conhecimentos durante a vida, também fica para trás. Na minha teoria, a sensualidade continua durante toda a vida matriarcal. Por essa razão que este meu consultório é cheio de símbolos, para a pessoa vivenciar isso, inclusive com o uso do divã para a meditação. Não é um divã estritamente freudiano que você deita para regredir, não! Aqui, a pessoa deita para relaxar, para esvaziar a sua consciência. Assim, vai vivenciar, muitas vezes gerando no inconsciente e, muitas vezes, no consciente.
Neste processo, não há separação entre a Consciência e o Inconsciente?
O consciente e inconsciente estão presentes em tudo e não são separados como um Id inconsciente e um Ego consciente, não! Muitas coisas estão na Consciência e, aliás, a maioria está semiconsciente porque a raiz é arquetípica – portanto, infinita e eterna. E por mais que você conheça algo, o seu componente arquetípico leva a algo mais, que é a transcendência. Por isso que uma das funções importantíssimas, a primeira das transcendências, foi a que Jung descobriu, em 1916, que é a função transcendente.
Portanto o ser humano está sempre com vivências, mas elas sempre têm a transcendência que leva à união, à totalidade do ser.
O arquétipo da totalidade se manifesta no final da vida, propriamente dita?
O arquétipo da totalidade dá sentido ao processo todo, porque cada elaboração simbólica passa necessariamente pelos quatro arquétipos. Há a passagem das elaborações para o hipocampo, para a memória…tudo. A humanidade também passa pelos quatro arquétipos, assim como a vida individual.
Então, na sétima fase da vida, vamos vivenciar o Arquétipo da Morte e fazer a passagem da meditação da vida no corpo físico para a vida cósmica, no encontro com a divindade, com o Espírito Criador.
O arquétipo da totalidade, do Self, é onde está a Imago Dei (a imagem de Deus na alma humana, segundo Jung)?
Na realidade, a Imago Dei está no arquétipo central porque, se a criança perde a mãe no início da vida, ela pode morrer de depressão aguda. E isso é Imago dei, porque a mãe é que a sustenta. Agora, durante a vida, o ser humano vai se abstraindo e se transformando na totalidade, no Espírito Criador, dentro do qual está toda a matéria do universo, todas as galáxias.
E o encontramos com a morte física?
Sim, vamos encontrar o Espírito Criador na morte do corpo físico com a vivência, então, da eternidade, do infinito e da paz. Essa vivência que nos preparamos é citada no Velho Testamento, como já citei: “Voltarás ao pó” sim, mas com a consciência da totalidade. Jesus fala sobre a vida eterna: “Se não conheceres, morrereis, desaparecereis”. É preciso conhecer para que haja a transcendência…
Mas não é uma visão religiosa? Como um materialista pode, por exemplo, aceitar essa etapa final de seu propósito de vida? Ele precisa acreditar…
Há ignorância porque, se ele entra na elaboração simbólica, vai seguir para a transcendência e depois para a totalidade, no final da vida. O processo natural de evolução é em direção à transcendência do corpo físico. Por isso é importante a vivência da meditação, que já te prepara para a eternidade infinita, durante a vida.
Uma preparação para a morte física?
Essa transcendência é que prepara a morte, que é a finalidade da vida, porque vai desvendar para o ser humano a grandiosidade da vida e o Espírito Criador. Ele vai se revelando durante a vida – isto é, se a pessoa elaborar o seu símbolo, sua sombra, seu sofrimento… A pessoa vai percebendo a transcendência, do mal inclusive, para realizar também o crescimento da consciência e a vivência da eternidade, por meio das setes etapas da vida – sendo, esta última, a da quinta metanoia. Já a metanoia descrita por Jung, conforme adiantei, é a quarta, a do meio da vida, da crise aos 40 aos 60 anos.
A crise da meia idade que James Hollis (terapeuta junguiano) chama em sua obra de “A Passagem do Meio” é então a mesma quarta metanoia?
Na adolescência, temos a transformação do quatérnio primário para a vida adulta. Há uma ruptura com o arquétipo matriarcal e patriarcal dos pais, para adquiri-los e usarmos nosso matriarcal ativo que até então era passivo. Por isso que, na Gênese, aparece a questão do conhecimento do bem e do mal; é a segunda metanoia do adolescente, de 12 a 20 anos, para esta transformação.
Depois, na terceira metanoia, vem a vivência do casamento, da criação dos filhos, a profissão e tudo. A quarta, então, é a grande crise do meio da vida de Jung, com questionamentos, adultério, amor e grande aprofundamento da identidade única de cada um. Finalmente, na última etapa, há uma transcendência disso e, como no livro de Jó, o encontro com o Espírito Criador. Jó, no final, diz: “Até aqui eu te ouvia, mas agora eu te vejo”.
E não há a possibilidade de se queimar estas etapas na vida, de uma maturidade espiritual precoce? Existem exceções?
Há exceções em casos de doenças mortais, que observamos em crianças e adolescentes. Em um caso de leucemia, é observado no hospital que a criança começa a sentir a última fase.
E como ocorre?
A criança é sensível e vulnerável. Se você falar sobre isso, ela vai descrever. Então, é em certo sentido, ela pula as etapas, porque a última etapa se pronuncia ali como iminente. Já observei esse fenômeno em crianças terminais…
Isso é impressionante! E ela tem uma visão de totalidade?
A criança começa a falar em coisas da totalidade e que ela irá para um lugar esperar o pai e a mãe.
Isso é próprio do inconsciente dela?
É do arquétipo, que pode ocorrer inconscientemente e conscientemente. Mas é o arquétipo da transcendência, o arquétipo da vida eterna. É o que chamei aqui de Arquétipo da Totalidade que transcende a morte do corpo físico. É o que Jesus chamava da outra árvore do Éden, a “árvore da vida eterna” que ele foi buscar para se complementar.
Tudo isso então é que contribuiu para sua visão de sentido da vida?
Essa é a minha obra, o sentido da minha vida, que é resposta à sua pergunta principal. Encontrei isso na vida dos pacientes, na patologia, no mal, em mim, na sombra e na pujança do arquétipo central para fazer a transformação e formar a consciência. Com o conhecimento do bem e do mal, vem a totalidade que Jung almejava. A pessoa vai se desenvolvendo para transcender as várias etapas da vida indo em direção à totalidade. Mas, se você entra numa negação disso, fica fixado.
Se não tenho uma espiritualidade, eu fico fixado, não vou chegar a lugar nenhum?
Sim, fixado no materialismo. Fica ali da mão para a boca, no sexo, no dinheiro… Permanece no arquétipo matriarcal e não conhece a alteridade.
Então a espiritualidade não é só importante, mas sim essencial?
Ela é parte da evolução! É como a pessoa se recusar, por exemplo, a conhecer a vacina, na crença de que o germe produz a doença e acabou-se. E você a indaga: Não vai vacinar os seus filhos? “Não! A vacina contém algo perigoso”. E aí perde os filhos. Veja o caso da varíola, a doença que mais matou na humanidade. Sabe onde Edward Jenner descobriu a vacina? Na pústula da vaca, que tinha o vírus e que foi suavizado e passou a proteger as pessoas do mal. Ele descobriu a alteridade.
Hoje as redes sociais ajudam não só a informar, mas também a distorcer o conhecimento. Elas impedem esta evolução das vivências individuais nas sete etapas da vida?
Não é que impedem mas deixam que as pessoas fiquem só no exibicionismo sexual, é uma fixação no matriarcal, porque elas ficam fixadas no prazer, no sonho. É cultura de consumo.
E a análise individual, a terapia, é que vai ajudar a sair desta fixação?
A análise é uma concentração na elaboração simbólica de cada um, inclusive na sombra das pessoas que muitas vezes estão afastadas de si mesmo porque têm resistência. Então, quando têm uma depressão, elas preferem ir ao shopping, a uma festinha, tomar umas e outras, para não entrar na fixação. Mas há funções especializadas em revelar a sombra.
E quais são essas funções?
Depressão, ansiedade e possessão. São três grandes funções altamente criativas, se a pessoa aprender como deprimir. Agora, se não aprender, fica na cama sem fazer nada, sem tomar banho, com uma depressão patológica. Mas se conseguir “entrar”, vai conhecer o mal dentro dela. Quando seu casamento está ruim, sua produção baixa no trabalho, meio perdido na vida, você tem uma depressão – inclusive os analistas.
E como o senhor, com a formação também de psiquiatra, vê o uso da medicação para inibir estas funções criativas, como a depressão?
É muito preocupante porque alguns psiquiatras não conhecem nada disso e só sabem medicar. Ficam presos no (arquétipo) patriarcal e vão para o capitalismo selvagem, mantendo as pessoas aprisionadas na sombra. Deixam elas dependentes da medicação.
O consumismo está sempre oferecendo supostas pílulas da felicidade?
E não há procura delas apenas nos consultórios. Há a cocaína, que é do narcotráfico. As pessoas vão se reunir na sombra porque o capitalismo selvagem mantém a fixação do consumismo. Não elaboram as frustrações e, por conseguinte, não conhecem a sombra. Ficam fixado no mal, no consumo, e se unem, dentro do self cultural, ao crime organizado. Assim, ficam mantendo, então, a patologia, o mal e a ameaça de destruição da nossa espécie.
Para finalizar, na sua opinião, existe realmente a felicidade ou é algo relativo?
É claro que é relativa. A felicidade é a integração dos símbolos que estão na sua vida e que, quando os integra, te levam à aproximação da totalidade, que é a vivência da paz. Essa felicidade é que transcende o mal e as dificuldades. É um processo.
Um processo de individuação…
Sim, o chamado processo de individuação de Jung. Só que não é só do amor, apesar de ele o ter vivido no amor, não é? A Anima e o Animus (parceiros invisíveis e aspectos masculinos e femininos da alma) te levam para qualquer vivência que te aproxime da totalidade.
Fernando Porto Fernandes é psicanalista de abordagem junguiana e escritor. Trabalhou por 30 anos no jornalismo impresso, produzindo textos para jornais e revistas. É autor do livro “Morte, Biografia Não Autorizada” e faz palestras sobre o tema “Pequenos e Grandes Lutos de Nossa Vida”. Contato pelos e-mails: [email protected] ou [email protected]
Parabéns.
Muito bom seu trabalho.
A Arteterapia faz um trabalho maravilhoso resgatando do inconsciente problemas que não foram resolvidos e que acabam trazendo angustias e conflitos ao indivíduo.
Nice da Silveira fez um trabalho incrível, você deve conhecer.
A hipnose é incrível.
Boa sorte é que Deus te ilunime sempre, pois o desejo de ajudar alguém é uma dádiva divina.
Obrigado pelas palavras gentis, Edna! E parabéns por seu trabalho na arteterapia, ajudando tantas crianças!