Alzheimer: mitos e verdades

Foto: Divulgação/Escola Método Supera
Foto: Divulgação/Escola Método Supera

Dia 21 de setembro é o Dia Mundial do Alzheimer instituído pela OMS; descubra os principais fatos sobre a doença e como a ginástica cerebral pode ser uma grande aliada.

Você sabia que hoje em dia, a cada 3 segundos, uma pessoa desenvolve demência no mundo? Por ser uma doença comum, a sabedoria popular é recheada de afirmativas sobre o assunto que nem sempre correspondem à verdade. A rede Método SUPERA – Ginástica para o Cérebro – explica abaixo sobre os mitos e verdades acerca do assunto, respondidos pela médica Ana Luísa Rosas, que é neurologista e diretora científica da ABRAZ (Associação Brasileira de Alzheimer). Confira:

1) As demências são doenças apenas de pessoas idosas
MITO – As demências afetam predominantemente as pessoas com mais idade, mas eventualmente podemos ter esse diagnóstico precoce em pessoas com menos de 60 anos. Além da demência de Alzheimer, existem ainda as vasculares, as frontais (essas costumam acontecer em pessoas mais jovens).

2) Alzheimer já tem cura
MITO – Infelizmente, a Doença de Alzheimer ainda não tem cura.

3) Os remédios para Alzheimer não podem curar a doença
VERDADE – A doença ainda não tem cura. Os medicamentos ajudam a controlar alguns sintomas comportamentais e fazer com que a progressão da doença fique um pouco mais lenta, porém, não impedem o seu avanço.

4) Quem tem Alzheimer não consegue compreender o que se passa ao seu redor.
MITO – Depende muito da fase da doença em que o paciente se encontra. Em fases iniciais e até mesmo em alguns períodos da fase moderada, alguns pacientes são absolutamente capazes de entender o que se passa – claro que talvez não integralmente, mas não estão tão alheios assim como se pensa. A medida que a doença vai avançando, e o paciente vai caminhando para uma fase mais grave, aí sim, a capacidade de entendimento, a compreensão das situações e a maneira de lidar com elas vão se deteriorando.

5) O primeiro sintoma do Alzheimer é sempre a perda da memória
MITO – Embora na maioria das vezes a reclamação mais frequente seja relacionada à memória, raramente este é o primeiro sintoma. Os primeiros sinais normalmente são relacionados à comportamento ou de linguagem.

6) Praticar atividade física é importante para pessoas com Alzheimer
VERDADE – A prática de atividades físicas pode retardar o aparecimento da doença, além de amenizar os sintomas e, com isso, a qualidade de vida do paciente.

7) A Doença de Alzheimer não tem cura
VERDADE – Ainda não temos a cura para esse processo degenerativo, mas muito tem sido feito na área da pesquisa médica para conseguirmos esse feito. Portanto, não se iluda com profissionais que dizem ter a solução!

8) A doença acomete mais mulheres
VERDADE – Porém, não se trata de genética. A explicação tem mais a ver com um motivo muito simples: como as mulheres têm uma expectativa de vida maior do que a dos homens, evidentemente elas são mais acometidas pela doença.

Opiniões
Diagnóstico precoce pode melhorar qualidade de vida de pacientes

A terapeuta ocupacional e coordenadora do Núcleo da Terceira Idade da clínica Holiste, Michelle Campos, aponta que o prognóstico da doença de Alzheimer é difícil, pois a patologia progressivamente vai incapacitando o indivíduo, e interferindo na realização de tarefas básicas, como se vestir, tomar banho, alimentar-se, dentre outras.

Michelle explica que ocorrem diversas alterações na cognição, no comportamento e no humor do paciente. Um dos sintomas mais típicos do mal de Alzheimer é a perda da memória. “Geralmente a memória antiga é preservada por mais tempo, porém os fatos que acontecem recentemente são esquecidos facilmente”, pontua.

André Gordilho, médico psiquiatra da clínica Holiste
André Gordilho, médico psiquiatra da clínica Holiste

O psiquiatra da Holiste, André Gordilho, salienta que nem sempre é fácil chegar ao diagnóstico rapidamente e reforça o papel da família. “Na grande maioria dos casos, o idoso só procura ajuda especializada quando uma outra pessoa percebe os sintomas e tem a iniciativa de agendar uma consulta, não raro à contragosto do paciente. Essa teimosia característica da terceira idade deve ser observada com atenção, pois, muitas vezes isso já é sintoma”, observa. O médico enfatiza que a melhor forma de abordar o idoso é com carinho, tentando apresentar a situação.

Segundo Michelle Campos, o tratamento indicado para estes pacientes é no intuito de retardar o avanço da doença. “O objetivo da terapêutica é retardar a evolução e preservar, por mais tempo possível, as funções cognitivas, a autonomia e independência na realização das atividades de vida diária. Além de planejar uma rotina, promover integração social e realizar orientação familiar”, explica.

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